MAIS UMA FALHA

Outro motor Rolls-Royce falhou neste fim de semana 
Valtécio Alencar
Outro avião da companhia aérea australiana Qantas sofreu uma pane de motor. Desta vez um Boeing 747-400. Na verdade, é o segundo caso envolvendo os motores de um Jumbo da Qantas nos últimos 30 dias — no último dia 4 de novembro, outro 747-400 pousou em Cingapura com um dos motores em pane. Assim como os A380 da Qantas, sua frota de Boeing 747 está equipada com motores Rolls-Royce da série RB 2811, uma espécie de predecessora da série Trent.

Assim, além de dois casos envolvendo os motores da série RB 2811, temos o problema ainda não totalmente solucionado do motor Trent 900. No caso do Trent 900, que equipa o A380, uma das perguntas que ainda continuam sem respostas é o que poderia ter causado a explosão de um motor novo, que entrou em serviço há apenas dois anos? Seria efeito da pressão que hoje pesa sobre os fabricantes de motores para desenvolver propulsores cada vez mais silenciosos e eficientes? Neste caso, a indústria estaria puxando ao máximo o envelope dos motores, que estariam sempre atuando próximo de seus limites.

O Airbus A380 também pode ser equipado com motores GP7200, produzidos pelo consórcio Engine Alliance, formado pela General Electric e a Pratt&Whitney. Os aviões da Air France e da Emirates, equipados com o GP7200, continuam operando em condições normais.

A investigação do incidente com o Trent 900 ainda não abandonou a hipótese de um problema relacionado à manutenção, mas, caso esta vertente seja descartada, poderá ganhar força a possibilidade de uma falha de projeto ou de material. Neste caso, a Rolls-Royce teria um problema muito maior para resolver, já que o motor Trent 1000, desenvolvido para equipar o Boeing 787 Dreamliner, é uma variante do Trent 900. No último dia 2 de agosto, o Trent 1000 também apresentou uma falha no berço de testes. Problemas com motores novos não chegam a ser algo incomum, afinal, a entrada em serviço muitas vezes exige ajustes e até pequenas modificações. O que chama a atenção no caso do incidente da Qantas foi a violência da explosão.

Como se não bastassem estes problemas, os motores Rolls-Royce se envolveram em uma série de incidentes nos últimos dois anos. O mais famoso deles aconteceu em janeiro de 2008, quando um Boeing 777-200ER da British Airways teve de fazer um pouso duro a centenas de metros da pista do aeroporto de Heathrow depois que os dois motores Trent 895 deixaram de funcionar. A investigação concluiu que houve formação de gelo em uma parte do motor, o que bloqueou as linhas de alimentação de combustível. Dez meses depois, em novembro de 2008, outro Boeing 777 da Delta Air Lines perdeu um dos motores em voo de cruzeiro, nos Estados Unidos e, no mês seguinte, a mesma pane ocorreu em um voo da Delta que seguia de Shangai para Atlanta. Nestes dois últimos casos, os aviões pousaram em total segurança. Mesmo assim, é preciso que o fabricante britânico conduza suas investigações com o maior rigor e transparência possível e dissipando qualquer dúvida que possa pairar sobre a confiabilidade da família Trent.

Fontes: Aero Magazine - Blog

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